O SOM DA POESIA

O frescor da manhã revela a delicadeza

das mãos da brisa trazendo arrepios,

o sol espia e se entrega à beleza,

a luminosidade se espalha em tenros fios...

Cada pássaro que passava a passar o tempo,

ao lado de vetustas senhoras nuvens, canta,

abelhas desenham com fios de mel, o vento

desdenha do silêncio, alvoroçado, o espanta...

Qual coisa no mundo vive feliz sem outra ao lado,

como a árvore que dá seus frutos espera bocas,

cabeças no frio nórdico desejam, de lá, toucas?

O mundo vivido e não pensado dispensa filosofias,

estar no mundo sem documento e passaporte,

inevitável é saber que é doce o som da poesia.