ACORDA!
Candidato ao teu amor,
sem, sequer, ter pretensão,
sou eterno sonhador,
que aspira a tua mão.
Mão mimosa, de menina,
tão pequenina, tão fina...
A minha é de trabalhador,
pelo tempo calejada,
pobre, pobre, envergonhada,
nem se aproxima da tua,
tem medo de ser rejeitada,
e ser jogada na rua.
Põe a mão bem junto à minha,
sente-a, é como uma andorinha,
não sabe voar sozinha,
precisa de alguma ajuda.
Não te cales, assim, tão muda,
me acode, eu sei que podes,
deixa falar o momento,
e entende o sentimento
que move o meu coração.
Vê se acorda, sem discórdia,
no fim vais me dar razão.
. . .
Paulo Miranda
Deixa falar o momento
que tudo ele nos dirá
e esgotado meu argumento
te rapto pra Quixadá...