De cabeça para baixo
Vejo rodar em torno de mim
Meu corpo inquieto, a cabeça balançando em cima do pescoço.
A voz trêmula, os olhos em viravoltas,
o piso virou teto,
o teto virou parede,
a a parede virou piso.
Minha cama em cima da parede,
os quadros pendurados no teto,
e as lâmpadas agora acendem no piso.
Estou de cabeça para baixo,
toda bebida vai direto para o cérebro
sem conexão no organismo.
O lado esquerdo ficou direito
o lado direito ficou esquerdo.
Meu coração agora bate do outro lado,
deixei de ser canhoto, mas nunca me endireito.
Agora para chorar as lagrimas encharcam o cabelo,
mas continuo vendo as pontas dos pés quando caminho,
só quando grito minha voz sai ao avesso.