Andarilho de vento
O que seria viver senão ser forte?
Atravessar a vida, não temer a morte
Caminhar consciente dos próprios ideais
Encontrar verdade nessa bela estrada
Entender o tudo e conhecer o nada
Superar limites, desistir jamais!
Poder subir as mais altas montanhas
Sentir o sangue quente nas entranhas
Beber da água de longínqua fonte
Acompanhar as aves a voar
O puro sol nascendo sobre o mar
Formando a longa linha do horizonte
A chance de dançar com nívea donzela
Olhos brilhantes sob a luz da vela
Encantando-me com suaves passos
E quando a derradeira chama se apagar
No leito de amor iremos repousar
Aconchegando-me em sedosos braços
E assim serei eterno viajante
Que nessa vida sente cada instante
E não tem medo de suas próprias dores
E em bela relva um dia irei deitar
E o corpo velho posto a descansar
Terá a alma repleta de flores.