O meu fado ...
Lutem vidas pelo meu destino,
que de há muito ... já me foi marcado,
trago a sina desde pequenino,
que o meu destino ... está no fado.
É nos sons desse trinar tão triste,
que elevo esta bela fantasia...
Numa voz modulada resiste,
a chama desse amor, que eu queria.
Morre esse fado na minha dor;
Grito que eu sinto na garganta...
Foi o despedaçar do amor,
nessa canção ... que agora canta.
Foi destino meu ... o acabar,
nesse fado belo que cantou...
Quedo triste a ouvir e sonhar,
porque minha guitarra ... calou.
Esses acordes ... minha desgraça,
eram agudos no seu trinar...
Por essa viela triste ... já passa
e nunca mais para mim quis olhar.
Perdeu-se meu fado na Ribeira,
minha guitarra na Madragoa...
E assim pela cidade inteira,
criou-se o silencio ... em Lisboa.
António Zumaia
Portugal