ESTRELAS
Quando a noite, demolindo as paredes do dia
avança, todo o seu reino se instaura...
Ao longe, uma estrela surge no Oriente.
Cadente, abraçada a um pedido, mergulha,
outra, solitária, permanece no céu esperando
pelos amantes, descuidados,
que fazem promessas ambiciosas...
Depois de gastarem todo o estoque de gritos,
quem se ama flutua no oceano reluzente,
os últimos pilares do castelo noturno
desaparecem quando pontos de luz,
atirados pelos sol, rompem a cortina
de renda que se evapora diante dos olhos da luz.
Um rapaz, de pequena estatura, magro,
avança pela rua que o dia arquiteta,
nos bolsos pedaços de palavras,
nos olhos restos de estrelas perdidas,
tigres e leopardos noturnos
caem de suas mãos ásperas...
Quando o dia e a noite jantam juntos,
ao amanhecer o sol devora a última porção
de ovas e arrota bebês de esturjão.