Namoradeira

Aquela moça não sai da janela

O que será que ela espera,

Que a motiva para a querela?

Não é um costume esquisito?

Mas a moça não sai da janela

Fica lá atenta, nem piscar, ela pisca.

Coitada! Está com os olhos parados

E o branco das vistas, já amarelados.

Aquela moça não sai da janela

O que será que disseram a ela,

Que coisa fizeram da vida dela,

Que fica lá parada, feito cadela.

Mas a moça não sai da janela

Sua vida é uma vida de espera,

Impossíveis namoros possíveis

Namoradeira ocre, determinada,

Pintada com cores de aquarela.

Referências:

MALLMITH, Décio de Moura. Namoradeira (Poesia). In Vozes do Partenon Literário IX. Sociedade Partenon Literário. Benedito Saldanha (Organizador). p. 53. ISBN: N/C. Porto Alegre: Partenon Literário, 2017.

MALLMITH, Décio de Moura. Namoradeira (Poesia). In 13 Contos & Outros Escritos. p. 75. ISBN: 978-85-67302-95-9. 1. ed. Porto Alegre: Gráfica e Editora RJR, 2018.