Os Ruídos do Silêncio
Até mesmo a saudade
Já arruma as malas para ir embora...
Inabalável, fica o desejo que, na verdade,
É o que, por aquele corpo, ainda implora.
E ecoa o incômodo silêncio,
Este inequívoco clamor
Da voz amarga do desamor,
Que é retumbante na razão,
Mas inaudível ao surdo coração...
Para o ensombrecer da esperança
Nas orlas de meu ser desabitado, avança,
De repente, frio e intempestivo,
O meu silêncio ainda mais vivo.
E, assim, o grito do abandono lento,
Que estalou na voz do vento,
Já rasgou o ventre da minha anunciada solidão...
Mas, não ouço mais o ruído do silencioso tormento
Que era continuar a te amar em vão!...
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Antonio Maria Santiago Cabral
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