POETAS DECADENTES
A carnes frias da senhora iludida,
são percorridas pelo arrepio imoral,
quando o jovem pierrot libidinoso,
lhe introduz a fala em seu flácido canal.
Uma profusão de flores com aroma barato,
daqueles de cabarets bem decadentes,
invade a página de poesias fracassadas,
e estas,
são impingidas a toda a gente.
Mal das almas enganadas à morte,
só precisam que lhe finjam a vida que não há mais.
E a turba insana, carente de afeição, sai da apatia,
e aplaude a decadência enrugada e triste,
por suas flores pobres, carentes de poesia.
Assim se iludem mutuamente ao longo dos dias,
o pierrot deprimido, que espera alguma alegria,
e a escriba morrente, que simplesmente,
fingiu ser genial, para a plateia que aplaudia.