POETAS DECADENTES

A carnes frias da senhora iludida,

são percorridas pelo arrepio imoral,

quando o jovem pierrot libidinoso,

lhe introduz a fala em seu flácido canal.

Uma profusão de flores com aroma barato,

daqueles de cabarets bem decadentes,

invade a página de poesias fracassadas,

e estas,

são impingidas a toda a gente.

Mal das almas enganadas à morte,

só precisam que lhe finjam a vida que não há mais.

E a turba insana, carente de afeição, sai da apatia,

e aplaude a decadência enrugada e triste,

por suas flores pobres, carentes de poesia.

Assim se iludem mutuamente ao longo dos dias,

o pierrot deprimido, que espera alguma alegria,

e a escriba morrente, que simplesmente,

fingiu ser genial, para a plateia que aplaudia.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 15/10/2020
Código do texto: T7088391
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