Sonata no meio da tarde...

Teço, artimanhas repletas de sentires

Nesse universo de versos, a alma não reclama

Alguns pingos acertam a vidraça e a poesia não disfarça

Andou recolhida, mórbida ante a partida

Quer sair, ainda anda um pouco sem graça

A trama continua, aspiro cheiro de terra molhada

Olho lá fora, a tarde vestiu-se de cinza

Abro a janela e uma brisa adentra a morada

Faz-me uma carícia, feliz a recebo, era desejada

Estremeço... Um pensamento desce a escada

Retorno, refaço o caminho, nada é permanente, tudo passa...

Ontem na tarde amarela, minha alma escorria

A tarde ardia e a alma gelava...

Ao longe uma melodia me chama, esqueci que ouvia

Beethoven... Moonlight Sonata...

EMARILAINE
Enviado por EMARILAINE em 15/10/2020
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