ENSAIO

ENSAIO

Ensaia-se a peça

Sem enredo definido

A trama segue kafkaniana

Desimportante de alucinação

Desesperante de materialidade

E fenômeno raro

Sequioso de protagonismo

Avança incólume na surdina

Emponderado e imponderável

Deixando janelas cegas

Calçadas vazias

Mas mesmo assim sujas

De sinistralidade

E a causa segue

Mórbida e sombria

A tudo paralisando

Até a poesia que surge

Introspectiva sem preciosismos

Sem rimas sem prazeres

Vulgar e vazia de humanidade

Essa sim, escondida

Em quatro paredes

Telhado de vidro

Sem doravante

Inquieta numa ânsia

De aurora liberta

De porta aberta

Respirando ares desmascarados

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 15/10/2020
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