pássaro de hermes
enjaulado estou
aprisionado à própria mente,
devorando minhas asas
para me controlar,
no entanto este amor
propriamente demonstrado
devolvera-me as sátiras
coube a ti me exilar,
livre da esperança,
sentimentos ilusórios,
redigi-me mais um livro
a cada segundo de espera,
limpe-me a herança
preso a um berço irrisório,
reage subconsciente
e a lucidez se desespera,
eternidade em sofrimento
grita alto alma vazia,
pagina à pagina
eternizando vaidades,
prazeres torpes, sofre menos
enquanto corpo extasia,
imagina a cena
algemado, literário,
sem poder de expressão
algo dentro me dizia,
quem diria?! ... amor, me cala,
guardo vida, sete chaves
em meu sótão de lamentos,
tão só, nem mesmo eu
posso toca-la,
quarto cinza, dor estraga
lá no fundo, amor, pequemos,
suas curvas, meu clarão,
onde anula solidão
me acusa, hospedeiro,
sob a culpa, sendo em vão,
cada qual seu precipício,
quando jogo-me, espedaço,
só em teus braços
sou inteiro.