EGOCÊNTRICA
Veja,
Toda tortura da noite
querendo ter sentido
a procura de você
pelas escuras de toda
forma que lembrasse
um vestígio qualquer
um elemento de enlace
de qualquer noite deixada
sobre até mesmo a poeira
dos cantos insanos
perdidos do quarto até a sala
Saindo pela janela quase
caída envasada possuída
Morreria por um daqueles
furtos perversos suando
no verso do feiche abrindo
por teus dedos convencidos
de que eu fosse te amar
por amigo deixei sorrindo
que ficasse a vontade
Tome outro copo se afaste
Tome um destes recados
cobertos da mentira absurda
quase surda dos instintos
Eles escreviam com fogo
na boca no céu de tão louca
que o ar das palavras movia
minha alma já solta e pronta
transando o desejo retraído
Comovido caminha para sala
abre o piano ensaia tons
vazios disfarce de raiva
Nuvens escuras nos olhos
quer o poder de me ter
fragilizada e calma sedenta
De me ter sem a roupa
já descolada da outra
que caminhava no parque
na calçada no carro olhando
algum retrato movido de
outro espectro cinzento...
Um momento pintado
na força proposital do dia
que indo no sol vermelho
era frio no calor do verão
que fazia .....eu havia pensado
em tê-lo comido na escada
depois lá em casa eu o queria
privado feito para mim sozinha
Sozinha agora eu criava
uma rebenta clausura orando
para o falo sonhado ...veja!
Estas fotos não bastam
Não batem nem consomem
Só matam só cospem no
meu rosto todo escárnio
daquela roupa jogada no
chão sem teu perfume...
Música de leitura: Diamond / All them Witches