Roseiral

Indubitável: as roseiras plantadas, floridas,

espinhentas e frondosamente belas; riam dele.

Não um riso de deboche, de menosprezo,

Mas de abnegação pela distração absorta

Com que vivia - além do alheio mundo da lua -

Dentro do mundo das rosas; outro mundo. Mundo!

A vida podia ser cosida pela mão do homem!

A exterior forma, esculpida evolutivamente.

A interior forma , evolvida complexamente.

O mundo das rosas emergiu, rubisco, floriu.

O beija-flor - atraído visitador - beijou, fartou.

As céleres abelhas semeiam o pólem semente.

A topiaria coalesce: adama; plantas; odores e cores.

Ignotamente se integra às fundas raízes ébanas,

Nutridas e vigorosamente suaves dos sencientes.

Anonimamente alimentando hedonismo à vida.

Harmoniosamente delineando aponia, ataraxia.

Pasmo - olhando - como se olha o que não nos vê.

O pingo de sangue vermelho do dedo espinhado

É limiar do que se deve/pode tocar e do mirar.

Distâncias entre entes que são interdependentes.

A muda plantada crescia, crescia o caule, os dosseis,

Crescia o cuidado, crescia o carinho. Cresciam, tudo.

O movimento de piscar, o fazia ver, desver, e se ver.

Uma bondade exultantemente calorosa, pairou.

Rócio, podendo ver o roseiral, e não única roseira,

E não a só rosa flor, deveras a frágil pulcra pétala.

Sua creação - obra concluida - perfeita plenitude.

Intemporal se calou, ismail, sorriu. O breu da noite!

Roseiral nebulante. Esparge perfume, - cai o rocio...

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 13/10/2020
Reeditado em 06/12/2020
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