Roseiral
Indubitável: as roseiras plantadas, floridas,
espinhentas e frondosamente belas; riam dele.
Não um riso de deboche, de menosprezo,
Mas de abnegação pela distração absorta
Com que vivia - além do alheio mundo da lua -
Dentro do mundo das rosas; outro mundo. Mundo!
A vida podia ser cosida pela mão do homem!
A exterior forma, esculpida evolutivamente.
A interior forma , evolvida complexamente.
O mundo das rosas emergiu, rubisco, floriu.
O beija-flor - atraído visitador - beijou, fartou.
As céleres abelhas semeiam o pólem semente.
A topiaria coalesce: adama; plantas; odores e cores.
Ignotamente se integra às fundas raízes ébanas,
Nutridas e vigorosamente suaves dos sencientes.
Anonimamente alimentando hedonismo à vida.
Harmoniosamente delineando aponia, ataraxia.
Pasmo - olhando - como se olha o que não nos vê.
O pingo de sangue vermelho do dedo espinhado
É limiar do que se deve/pode tocar e do mirar.
Distâncias entre entes que são interdependentes.
A muda plantada crescia, crescia o caule, os dosseis,
Crescia o cuidado, crescia o carinho. Cresciam, tudo.
O movimento de piscar, o fazia ver, desver, e se ver.
Uma bondade exultantemente calorosa, pairou.
Rócio, podendo ver o roseiral, e não única roseira,
E não a só rosa flor, deveras a frágil pulcra pétala.
Sua creação - obra concluida - perfeita plenitude.
Intemporal se calou, ismail, sorriu. O breu da noite!
Roseiral nebulante. Esparge perfume, - cai o rocio...