BIKE

e de repente,

você sobe numa Bike…

e corre pra ver o mundo.

… não essa grande merda

descolorida que se vê

na internet ou TV! Não…

e sabe que vez ou outra

poderá segurar, ou soltar a voz

que sair do coração e que irá se

acoplar na máquina de escrever…

haverão também longas pausas,

entre paisagens que às vezes

quase ninguém

é capaz de conceber.

As faixas bem ligeirinhas

na estrada, os sinais dados

aqui e ali, aqui e ali, aqui e ali

rapidamente, “sobrevivencial-mente”

uma comidinha, que tal... sugestão:

aquele velho dendê ou feijoada

apanhada de pimenta?

que é pra ter força, força na vida

e um pouco de fé nalguma coisa qualquer…

e de repente

ele subirá numa Bike.

e forçará as pernas os braços

e penas das asas.

acelerará a respiração, acelerará os passos,

atrasando assim a dinâmica da vida

das grandes cidades, que pedem...

e obrigam e imploram;

por textos e poemas...

e querem que

você pague com a vida.

a abrace a morte.

… tudo por uma cama macia,

um bom hambúrguer enorme,

batatinhas, suco de limão e umas

brisas aqui e ali.

de repente ele

sobe numa Bike...

este grandessíssimo

safado…

de repente ele

sobe numa Bike…

e o Planeta passa a ser

seu quintal.