DÊ O NOME QUE QUISER
Ainda, nos corredores abaixo dos tapetes,
correm manadas de Silvas,
tropel de um bando de Souzas,
Correias, Alvarengas, Castanhos,
todos atrás das portas para as escadas...
Deitados, Serafins, Nepomucenos, Vieiras,
ninguém mais se reconhece diante da barbárie,
dos restos das feiras que caem pelos vãos,
putrefatos rejeitos da classe acima da lei...
Ninguém mais canta, ninguém mais dança,
ninguém almoça, nem janta, (pobre poesia,
poesia não é rima,
é uma esquina
onde poucos dobram),
barrigas inchadas adormecem filhos,
um dia, o que foi hino,
hoje é só um relincho
sob as patas dos cavalos
conduzidos por nobres animais...