Na noite passada, pela primeira vez
sonhei em preto e branco.
Foi um sonho incrível,
o branco era
amarelado, parecia pergaminho.
Não havia outra cor, só o preto
e um branco desbotado.
Junto à mesa de jantar, havia
um livro, e uma carta fechada,
endereçada, mas fechada.
Não consegui ler o destinatário
nem o remetente.
Flores secas, jogadas, e poeira.
Não era outono...
Nada de folhas caídas, uma flor
ainda esboçava qualquer cor.
Havia um marcador de texto
com o seu nome e o meu...
Foi um sonho,
o velho relógio de parede,
apontava a vida em outra época
de um passado que guardou
sementes.
Acordei pensando...
O livro eu abri, contava a história
da gente.