EU NÃO QUIS/
“EU NÃO QUIS”
“ÊLE”, ME DEU A VIDA.
MAS EU NÃO QUIS VIVE-LA;
“ÊLE”, ME DEU A MÃO.
EU NÃO QUIS SEGURA-LA.
“ÊLE”, ME DEU A LUZ,
QUIS A ESCURIDÃO.
“ÊLE”, ME DEU A ESPERANÇA,
NÃO QUIS ACREDITAR.
“ÊLE” ME DEU O TEMPO E EU O PERDI.
“ÊLE” ME DEU O CONHECIMENTO, A SABEDORIA.
QUIS A IGNORÂNCIA.
“ÊLE”, ME DEU A DIREÇÃO DE MINHA ESTRADA,
NÃO QUIS SEGUI-LA, BUSQUEI OUTROS CAMINHOS,
CHEIOS DE ENCRUZILHADAS TERRÍVEIS.
“ÊLE” ME DEU A VOZ, PARA FALAR “DELE” E FALAR POR “ÊLE”, EU NÃO QUIS, FIQUEI MUDO.
“ÊLE” ME ENSINOU A ORAR E EU NÃO QUIS ORAR.
“ÊLE”, ME DEU A FÉ,
EU NÃO QUIS, PREFERI A DESCRENÇA.
“ÊLE”, ME DEU O AMOR, NÃO ENTENDI A GRANDEZA DE SEU SIGNIFICADO E EU NÃO QUIS AMAR.
NÃO, NÃO SEI SE AMEI.
“ÊLE”, ME DEU AS PESSOAS PARA AMAR, SERÁ QUE EU NÃO QUIS, SERÁ QUE AS AMEI, NÃO QUIS AMA-LAS. PORQUÊ?
NÃO QUIS.
“ÊLE”, ME ENSINOU A SENSIBILIDADE, ESCOLHI A INSENSIBILIDADE.
“ÊLE”, ME DEU O SEU AMOR, ME DEU SUA VIDA, NÃO ACREDITEI.
SIMPLESMENTE, NÃO QUIS ACREDITAR.
COMO PERDI, E VENHO PERDENDO O TEMPO QUE “ÊLE” ME DEU, E TUDO MAIS QUE ME DEU E EU NÃO QUIS.
“ÊLE” ME DEU TUDO E EU NÃO DEI NADA A “ÊLE”.
Sitio São Francisco de Assis
Divinópolis – Minas Gerais
Plinio Elias de Araújo Oliveira
Janeiro de 2020