sono
no retrovisor da noite sinto minha casa tão distante...
tão pequena...
a porta aberta parece a alma da minha mãe:
tão grande, mas serena!
assim vou construindo a saudade: com pedaços
de mim e da cidade.
no retrovisor da noite sinto minha casa
tão pequena
que as janelas cabem em minha mão
e nelas, o grito alegre dos irmãos.
e nas manhãs... o cheiro ainda quente do pão.
(em minha casa entrava todo mundo
e as cantigas da minha mãe anunciavam o dia. quanta alegria!)