DE DIA, DE NOITE...

Todo dia, quando acordo,

lavo e escovo as palavras

e feito aviões de papel,

lanço-as ao mundo...

Sobrevoam continentes,

algumas, com lenços,

enxugam lágrimas,

outras abrem cadeados,

muitas se deitam sobre brancas folhas,

pátria de poetas banidos,

terra branca, avermelhada...

Toda noite, quando coloco estrelas,

como colar, no pescoço da vida,

varro a terra em busca das palavras perdidas,

caídas aos pés da humanidade,

lá estão o amor, o carinho,

a justiça e a paz...

Quando um outro dia nasce,

me abraça e me devolve a alegria...

De novo limpo e lavo as palavras,

como aviões de papéis,

lanço-as novamente;

repetir o ato de amor

é mostrar que nunca podemos

nos cansar de amar...