Fio de Ariadne

A tempos, bem mocinho, dali partimos,

Severo pai - fui - pois sou bem criado.

Migrantes que careciam: seguimos!

Abandonar! Buscando sonho sonhado.

Para eu foi no pior dos momentos:

Deixar minha primeira namorada,

Que há pouco, em febris juramentos,

Pura perpetuidade... tramada!

Temores e descompassos chorados.

Na despedida última: lagrimada!

Em vil separação, amargurados.

Não nos perderemos, jura sagrada.

Fio de Ariadne, almas algemadas.

Reencontrar, doce mútuo desejo.

Tempo - vilão - duras dores choradas.

Recompensas, que feliz, antevejo.

Família no bom; não mais carentes.

Emancipado. A vida não me perdeu.

As juras - o fio - firme como correntes.

Guia, doce volta aos braços que sofreu.

Encontro almejado e sonhado...

O frio sorriso! Gélido coração!

Na ilha de Naxos, me fui deixado,

Antes da real aliança, comunhão.

Destinos, rumo assaz diferente.

Sem mágoa, só, amarga saudade.

Fila que anda. Aqui: sempre presente!

Prosseguir:.. buscando felicidade.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 07/10/2020
Reeditado em 09/10/2020
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