SUBMUNDO
Vertem lágrimas os crocodilos de Dublin,
levados por James Joyce,
no submundo do Rio Tietê,
num envelope surrado
versos malditos de Rimbaud,
na baixada do Glicério,
os gritos de Dylan Thomas
nos becos da Rua Aurora,
amantes desmiolados
de Virgínia Wolf
fazem amor na grama
do Ibirapuera,
os hai-kais pendurados
nas orelhas das moças
que causam furor,
versos parrudos levantam flores
diante do túmulo de Carmen Miranda,
e eu, tecendo ondas sob os auspícios
do Mar de Copacabana,
enrolo Sagaranas e fumo Diadorins
num sanduíche feito por Leminski...