Poema Noturno
A noite dorme
Enquanto submergem dias de fogo e de sangue
Cobrindo de sombras o topo dos oteios
Banhando a planície, o cume das montanhas
Anoite dorme, suspira, sonha
A noite dorme
Enquanto ventos sopram e se desviam
Rasgando horas irredimidas e mudas
Entre esquinas quietas, caminhos sem curvas
Não procura ela o albor da Aurora?
A noite dorme
Enquanto esmaga raios desconhecidos
Enquanto desperta sonhos adormecidos
A madrugada mina de seu curso
(A liberdade nasce enquanto á noite)
O labor do dia ela arquiva com um beijo
Rasga as horas seu silencio sem medida
Onde poemas debruçam sem respostas
A noite adentra conforme galopa
Entre tinidos, sonhos, desejos
A noite dorme, enquanto escrevo...
Poesia reeditada, escrita em 06/06/20