Ourives

Passo a passo passa o dia

E um emaranhado de maresia

É tecido minunciosamente

Ah, poesia!

Nos olhos, nos pés, no pensamento patético e mínimo

No artifício poético, esquelético,

No abandono último e íntimo.

Escreve!

Um galo sozinho não tece uma manhã

E os outros galos de posse de outros gritos e outros fios

Aguardam os teus e de luz a tenda se forma,

Sem norma

Entrelaçando a fina e dourada teia, na veia

Tênue, rubra, ensolarada e sã.