MORADA
Te deixei morar em mim
Amei suas tempestades
Cultivei sua chuva
Me fiz morada
Pra curar a sua dor
Matei minhas forças
Trazendo luz pra sua presença.
Mas você escolheu ser ausência
E mesmo com toda a sua carência
Você negou forças
Saciando suas vontades
Noutras casas sem reciprocidade
Seus atos fizeram o seu destino.
Meu desejo por ti
Me companhou
Por um tempo
Mas a minha nobreza gritou alto.
Não adianta ser lar
Pra quem prefere se isolar
Não adianta ser estrela
Pra quem não deseja ser céu.
Suas nuvens pesadas
Me impediam de brilhar
Cheguei a pensar
Que tudo pudesse
Enfim...
Mudar!
Mas não existe plenitude na ausência
Apenas um vazio
De algo que um dia existiu
E que apesar de ser notado
Não se permitiu ser tocado.