OPRESSÃO PERMANENTE

É sempre longe demais,

Tarde demais.

Há sempre um interdito,

Um impossível,

Roubando a vida da gente.

Há sempre uma precariedade,

Dizendo o tempo presente,

Os absurdos da sociedade

E as misérias do Estado.

É sempre minha existência

Vazia dos outros,

Sem rumo,

Sem futuro,

Enquando queima em mim

Em segredo

Um atemporal desejo profundo

De mudar radicalmente o mundo

Na alegria e festa das grandes e inumanas angústias.