LIVE

Francisco de Paula Melo Aguiar

Que vexame à falação do imperativo.

Do presente no contexto digital.

Ao prometer tudo ao eleitor ao vivo.

Fala do céu, do santo e do marginal.

É um comício em cada casa.

Explicação do ideal sem objetivo.

Expõe o nada e pensa que arrasa.

Onde o eleitor é o aperitivo.

Tem de tudo na fala desencontrada...

Verdadeiro samba do crioulo doido.

E o dito pelo não dito é a sacada.

Da foto gravada do momento afoito.

A live é o “comício” para construir.

O ideal do pensamento do postulante.

Se por acaso eleito, desconstruir.

É a síntese oculta na fala do falante.

É o povo no palanque eleitoral.

Alegria em tempo de pandemia.

Do coronavírus e assassinato gramatical.

Do culto e do inculto no festival da agonia.

A pobreza diante da incerteza.

Dos dias presentes e futuros...

Fica de boca aberta diante da esperteza.

Faz ilação popular, vira mito e faz apuros.

O povo é sábio e tem futuro.

Não é santo, dar e tira mandato.

De político vivaldino, monturo.

Sem futuro e não deixa barato.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 01/10/2020
Código do texto: T7076748
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