ETERNA COISA NOVA
Vou por esses ventos
cantando meu tempo
contando histórias
que ninguém contou,
acordando acordes
que adormece gente
levando sonho
a quem nunca sonhou.
Por onde passo
deixo poesia,
busco harmonia
e com toda razão.
Eu tenho pouco,
mas tenho tudo
de que precisa
esse meu coração.
Minha cantiga
outrora violada
não deixou a estrada
e anda em contramão,
segue seu curso
mudou seu discurso
deixando seus rastros
num simples refrão.
Quem cantou comigo
segue mundo afora,
alguém que me ouvia
e um dia foi embora,
ontem ouvi cantando
não longe daqui
e ainda canta cosas
das que sempre ouvi.
Nesse meu tempo
pareço estrangeiro,
meu canto é rouco,
porém brasileiro.
ainda canto coisas
falando de nós,
sempre à procura
de ter vez e voz.
Saulo Campos