Espadas e almofadas
Seria a perfeição?
Aquela poesia que explicou
O que cada um de nós sente,
Descrevendo cada detalhe
Das coisas como são
Com palavras simples,
E em tons leves...
Não parece que o mundo se desnuda?
Ou que algo se revela,
Além-dentro do existir?
Nunca se sabe o quê,
Ou para quem é especial,
Se lê, se ouve, se cala e pensa
Sente, reage com a mente
Segue, porque sempre se segue...
E até novas poesias!
Cantos, trovas,
Trocadilhos infames!
Rimas pretensiosas!
As palavras em espadas e almofadas!
As estúpidas metáforas!
A vontade de dizer!
Ser aplaudido, ser brindado e bebido!
Pobre poeta, só grande é a palavra.
À plateia nada espere
Continue falando que calado não serves
Mas é trabalho ingrato
Parece que só a ti percebe o ato
Que a palavra usada é ingrata
Fala o que pensas e mata
Reages ao que sentes e a ti mesmo ataca.
As palavras ao longo do dia
Muitas, agressões à sabedoria
Seja insulto ou poesia,
Seja o insulto, a poesia;
Sempre a boca será o mal da serpente.