Voltando mesmo quando não há volta

Quando você esteve aqui

E eu pude falar

Dos meus bichos

Das estrelas que inventei

Das árvores que em sonho

Lancei as sementes

Tudo era novo

Uma luz despertando a vida

Jardins surgindo

As águas cantando

As manhãs com dedos rosas

Servindo os pães

Você falou de versos

Canções e um mundo renascente

Profeta era de um recomeço

Com som de cachoeira

E cores de fantasias

Insanas e generosas

Tudo era bom

Como cantou o Criador

Parecia que o dinheiro

Era uma fábula antiga

Sem sentido e esquecida

Mas tortuosos caminhos trilhamos

A madrugada insone

Roubou nosso lápis

Perdemos o brilhante

Sem nome

Pequeno e nosso

Potente como mil sóis

Tudo vem e vai

Como o voo de pássaro

A ressuscitar no sorriso

De uma criança

As luas que não criamos

Resistirão

E serão nossas guias

Para escaparmos de monstros e sereias homéricas

Até voltarmos

Para o nosso lugar

O dia em que conversamos

Sobre filmes, livros

E um frescor a ser reinventado.

Erinilton Gomes
Enviado por Erinilton Gomes em 27/09/2020
Código do texto: T7073445
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