Azul

Me faço destino

Ao laço do coração te sinto

As lembranças de sorrisos

em direção ao Norte.

Minha vida foi-se ao mar

Pintei minha alça de azul

Carreguei-me a sorte de ser lançado

pela penumbra

Sorri nos dias

assim como sangrei nas noites.

Caminho por este precipício

Vejo o fim e vejo um novo início

Se pulo, sou fiel à mim

E quanto mais resisto

deixo-me entrar na floresta

buscando meu jardim.

Sou de aurora boreal,

flores na alma e língua doce.

Encontro as cores entre as linhas do corpo

Sinto o jardim vagar em mim

Balanço aqui,

sinto o vento e não me deixo cair.

Se há de reacender-me na mesa

coloco porcelanas azuis para

dizer-te minha beleza.

Acarinho as cortinas,

aguardo sob a penumbra

pelo passos na natureza.

Ytalo Scharf
Enviado por Ytalo Scharf em 23/09/2020
Código do texto: T7070067
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