ACASO
(Sócrates Di Lima)
Você chegou,
Por um olhar de rua,
em pouco tempo deixou,
a minha alma nua.
Voce chegou
num tom de academia
mas de repente ficou
nos braços da poesia.
E o teu olhar de Lua
luz de noturna estrela,
Minha foi a vontade sua,
naquele momento em que quis te-la.
E como o acaso é imperfeito
vem e vai como a chuva
e deixa vazio fugaz no peito
como uma mão veste a luva.
Morena, por certo você se esconde
como quem se esconde atrás da janela,
E os olhos procuram por onde,
Se esconde os olhos dela.
Mulher menina, como o acaso é fera,
ou tavez uma doce quimeera
Fico aqui sem ter o que era,
e ver uma bela flor
se abrindo com fulgor
só a espera da primavera.