Cais do Porto
Idas e vindas,
Chegadas e partidas,
Recepções e despedidas,
Chuvas e neblinas,
Tudo meio cinza.
Recebe imigrantes,
Ancora viajantes,
Paraíso de navegantes,
Passageiros ou mercantes,
Não para por um instante.
Lágrimas de despedida,
Sangue e suor da estiva,
Saída de viagens festivas,
Sustento de várias vidas,
Tantas outras ali perdidas.
Barreira de alagamento,
Mostra-se forte, truculento,
Virilidade a base de ferro e cimento,
Protege seus rebentos,
Dá a eles o sustento,
De famílias, o firmamento.
Tristeza por ti passou,
Escravos, desembarcou,
De humanos, sangue provou,
Se espantou com tanto horror,
"Eles julgam pela cor"?
Deu graças, quando tudo acabou.
Hoje conta alegrias,
Tantas outras nostalgias.
Tristezas deixaram feridas,
Cicatrizes, histórias vividas,
Tua utilidade reconhecida,
Antes rudimentar, hoje tecnologia,
Se transforma a cada dia,
Sempre abraça suas crias,
E as marca pela vida