Sufocante
Sufocante
O ar é sufocante, intragável
Minhas vistas escurecem
Sinto meu corpo desfalecer
Feneço em tenebrosos pesadelos
Inexoravelmente demônios aproximam-se
Escapelam, ferem, torturam minh’alma
Sempre tão inquieta e curiosa
Permiti deliciar-me com tal horror
O medo deu espaço ao prazer
Prazer em ver meus despojos consumidos
Em sentir-me imponente
Quando minha carne vertia sangue
Copiosas torrentes rubras e quentes
Transitava em êxtase pelas dimensões
Ria loucamente da dor excruciante
Regozijava em delírios
Criei meu céu entre os amaldiçoados
Entre meus tormentos, reconstruí meu alento
Por entre os expurgos de minha podridão
Floresci, renasci entre os insanos
E tornei-me novamente pecador
Eduardo Benetti