o teu riso

o teu riso subverte

o teu próprio riso

nos sorrisos sem máscaras

o teu riso é apelo ridículo

aos interesses mesquinhos

e utilitaristas!

o teu riso torto, tonto, lerdo

e obcecado por lucros demasiados

que escravisa outros lados, braços e caras!

e não se enlarguece com o sorriso da flor

que perfuma ares e caminhos!

teu riso torto, tonto e obsoleto

não se engrandece com o brilho das folhas

com o cheiro das nuvens

nem com o som do silencio

com a boniteza dos ventos que acaricia qualquer alma

menos a tua - que afogada nos devaneios

dos teus equívocos!

o teu riso é veneno

de teu próprio

cio-ganância

ranço - lodo

o teu riso te encurta

te entorta as curvas medíocres

de ter os mundos alheios a teus pés:

subaltrnos, invisibilizados, oprimidos,

condenados pelo desvio

do teu riso

perdido por entre miriades

de teus mundos inversos, perversos

de conteúdo sem conteúdos

martírio ambulante

de segredos

toscos!!!

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 22/09/2020
Reeditado em 16/05/2021
Código do texto: T7069310
Classificação de conteúdo: seguro
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