o teu riso
o teu riso subverte
o teu próprio riso
nos sorrisos sem máscaras
o teu riso é apelo ridículo
aos interesses mesquinhos
e utilitaristas!
o teu riso torto, tonto, lerdo
e obcecado por lucros demasiados
que escravisa outros lados, braços e caras!
e não se enlarguece com o sorriso da flor
que perfuma ares e caminhos!
teu riso torto, tonto e obsoleto
não se engrandece com o brilho das folhas
com o cheiro das nuvens
nem com o som do silencio
com a boniteza dos ventos que acaricia qualquer alma
menos a tua - que afogada nos devaneios
dos teus equívocos!
o teu riso é veneno
de teu próprio
cio-ganância
ranço - lodo
o teu riso te encurta
te entorta as curvas medíocres
de ter os mundos alheios a teus pés:
subaltrnos, invisibilizados, oprimidos,
condenados pelo desvio
do teu riso
perdido por entre miriades
de teus mundos inversos, perversos
de conteúdo sem conteúdos
martírio ambulante
de segredos
toscos!!!