sonho de ontem
Casa antiga,
todos abrigados
fugidos do mal
que nos assombrava.
Chuva pela cidade,
janelas cobertas por gotas.
Olhos assustados,
vigilantes.
Estávamos deitados,
esperando notícias.
Segurei sua mão
e você apertou os meus dedos.
Por um momento,
me apaixonei por aquela mão
grossa e suave
de encontro com o meu coração.
Eram as danças dos dedos,
brincando na tensão do momento.
Um movimento de ruptura,
aquela mão não me pertencia!
Já tinha um anel,
que o prendia naquele dedo.
Tratei de ir embora
e ver como todos estavam.
Foi um devaneio,
uma inconsequência segurar
tal mão que não fazia
parte de mim.