Poemas

O que tenho pra ti não é folhetim, é o mundo todo.

O que tenho é teu

e não está nas vitrines, não verás!

Tenho sentido em meu peito

o teu coração bater aflito

nesta bagunça de quereres,

e p'ra nos descançar, medito,

Pois o tempo não passa.

Te ver nos meus olhos, já vi!

De cara p'ro espelho te vi nas retinas... e o tempo passou, me perdi

Te imaginei pela manhã

na mesa, p'ro café;

com direito aos primeiros raios de sol

Estavas sorrindo lindamente.

Meu jardim prostrou-se alegre

Lá, falei de ti para as rosas quando as enfeitava para o entardecer

Evitei os rumores aos girassois,

eles falam demais...

Espero em silêncio tua voz.

Eu te leio...

Por que apagastes em seguida quase a minha vida?

Está evidente que o céu jogou-me mais de uma estrela cadente.

Ah, o que nos prepara a vida!

Pensei que fosse chorar,

já vivi de partidas.

Podes dizer algo para me acalmar?

Meu eu criança ficou p'ro jantar,

Sentou-se a mesa e escreveu cartas, cartas e mais cartas... pra ninguém;

Na verdade eram apenas poemas.

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 18/09/2020
Código do texto: T7066578
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