"Insana-mente"
Estou longe de casa, tão perto das 'bordas' do precipício da minha (insana - mente).
Já não tenho prendido no peito, um coração...
Este, tão cansado e enfermo, arrebentou das grades dos ossos.
Gritou em liberdade: rouca, mas, como prece a pleno pulmão.
Eu já fui uma sonhadora, amei o amor...
Tomei da taça cheia de ilusões, embriaguei-me!
Já não falo dele com os olhos transbordando de saudades.
Hoje estou assim, sob um temporal de abnegação.
Quando o vento ressoa em vozes revestidas de nostalgia, em trovoadas urgindo o teu nome...
Eu revivo como quem morre de paixão.
Olho dentro dos olhos do oceano, eles me tragam pro fundo e me envolvem numa angústia profunda.
Dói-me... Dói-me ser e estar!
Quando as ondas ternas como abraços, enlaçam-me pelo corpo e agarra a minha alma.
Tento não mais amar o amor...
Mas sou apaixonada por amores disfarçados de quimeras;
Logo, quando o céu cair sobre a minha cabeça, afundar-me-ei novamente na minha dor...
E voltarei para os braços da minha antiga e carrasca sina, desta que versejo em pele nua;
Entre sílabas poéticas e na metáfora crua...
Mesmo com o coração sangrando e com a alma deflorada: como se entre nós, não fosse eu, a tua única flor.