"Insana-mente"

Estou longe de casa, tão perto das 'bordas' do precipício da minha (insana - mente).

Já não tenho prendido no peito, um coração...

Este, tão cansado e enfermo, arrebentou das grades dos ossos.

Gritou em liberdade: rouca, mas, como prece a pleno pulmão.

Eu já fui uma sonhadora, amei o amor...

Tomei da taça cheia de ilusões, embriaguei-me!

Já não falo dele com os olhos transbordando de saudades.

Hoje estou assim, sob um temporal de abnegação.

Quando o vento ressoa em vozes revestidas de nostalgia, em trovoadas urgindo o teu nome...

Eu revivo como quem morre de paixão.

Olho dentro dos olhos do oceano, eles me tragam pro fundo e me envolvem numa angústia profunda.

Dói-me... Dói-me ser e estar!

Quando as ondas ternas como abraços, enlaçam-me pelo corpo e agarra a minha alma.

Tento não mais amar o amor...

Mas sou apaixonada por amores disfarçados de quimeras;

Logo, quando o céu cair sobre a minha cabeça, afundar-me-ei novamente na minha dor...

E voltarei para os braços da minha antiga e carrasca sina, desta que versejo em pele nua;

Entre sílabas poéticas e na metáfora crua...

Mesmo com o coração sangrando e com a alma deflorada: como se entre nós, não fosse eu, a tua única flor.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 17/09/2020
Código do texto: T7065694
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