Personagens da noite
No boteco têm lastros de risos,
Sopros, beijos, abraços e guizos,
A madrugada que acolhe o dia,
Deixa quem tem sono dormir,
E quem prefere mundo, sorrir,
Faz que virem-se copos, junta corpos,
Deixa ser até o que não é,
O que já foi se torna hoje de novo,
Viva a noite, a madrugada,
Pois lá encontras filmes em close,
Sempre começando e terminando,
Numa reprise dos mesmos fatos,
Com personagens que se revezam,
Em finais que mudam com a lua,
Repetindo beijos ternos que não cessam,
Sob cortinas negras que nunca se fecham.