Delírio e realismo

Esses delírios solitários

Vão me levar por caminhos

Cinzentos, sombrios e ordinários

Neste vão que ando em círculos

Fazendo projeções ao infinito

Deliro, com pouco realismo

Enquanto a solidão cava o meu abismo

Eu finjo, como todos, eu finjo.

As vezes acredito em ir lá fora

E quando vou, só quero ir adiante

Ir embora, e nunca pensar no agora

Mesmo assim cá estou, cicatrizado

Assustadoramente anestesiado

Pela crença no que não explica a ciência,

O fenômeno maldito, a faísca do vinho

O elixir da alma; o sentimento encantado.