(...)
Tenho andado reflexivo
Debruçado sobre meus
Cantos escuros
Na minha introspeção,
No meu íntimo silencioso
Tenho andado atento
Ao vento
Que agita meus cabelos
E faz tremer meus ossos
Atento ao caminho que o sol
Projeta nas águas do rio.
De algum modo misterioso
Tenho enfim sobrevivido
E descoberto algo
Que ainda não sei nomear...
Mas trata-se de uma
Força como é a das marés:
Lenta e não obstante
Transformadora.
Diante de meus olhos
Pequenos e perplexos
Me espanto
Com o que entendi sem querer
Com o que encontrei sem buscar
E com o que vivi sem sonhar.
Contemplando o oceano
Tudo parece morrer
E descansar em paz.
O tempo me escapa;
Tenho rugas de milênios.
Palavras tornam-se efêmeras –
Talvez seja melhor
(...)