(Para meu amigo Ivair, proprietário de um bar com o mesmo nome)
Num empoeirado e velho baú
vive tal inseto.
O abominável residente irá roer
os meus restos.
Praga, a consumiir meu passado.
E o futuro, se é que o verei...
Ambos somos moribundos
e doravante como ele,
também nauseabundo.
Escaravelho, nojento e mudo.
Sigo sozinho minha jornada.
Você sempre indiferente,
segue preso a este baú.
Acompanha-me, ainda que esquecido.
E intrepidamente festejaremos
juntos o restante de nossas vidas...
Tão embriagados e insolentes,
sequer recordaremos, este cafarnaum.
Depois, renasceremos juntos...
Assistiremos nossas mágoas,
serem enterradas e esquecidas.
E dessas coisas do passado,
não lembaremos mais, de jeito algum.
Macaé/RJ, 30/04/2002.