QUAL É A COR DOS MEUS OLHOS? (este poema é uma paródia do poema do mesmo título, de autoria do Imortal sergipano, José Amado Nascimento)
Ó homens engravatados,
Apressados, estressados,
Enfrentando desafios
No emaranhado de fios.
Não sois cegos, nem caolhos:
Qual é a cor dos meus olhos?
Informáticos navios,
Entre todos os desvios
Acessai resposta pura
Pra questão de tanta agrura.
Não são caspas, nem piolhos:
Qual é a cor dos meus olhos?
Não há mais tintas, nem panos,
Ou harmonia de pianos.
Vejo-me nos estertores!
– São castanhos, bicolores?
Assentados tais tijolos:
Qual é a cor dos meus olhos?
Empresários, reis, rabinos
Brancos, negros – ou albinos,
Gaúchos de lá do pampa
E suas botas de ferrolhos,
Homens bonitos de Sampa:
Qual é a cor dos meus olhos?
Já vi que é tempo perdido,
Seu qualquer fica aturdido.
Um robô vem me dizer
Sem alegria, sem prazer.
– Está revolucionado:
Meus olhos são certamente
Da cor do pior pecado.