SOMBRA NA CALÇADA
O dia está reluzente, calmo
Mas eu me sinto inquieta
Andando pelos cantos da casa
Completamente desajeitada!
Na rua, a alegria das crianças,
Aproveitando o fim de semana.
Do jardim do meu vizinho
O cheiro de terra, de plantas regadas!
Porque o desânimo me invade?
Esse sentimento de total abandono.
Preciso reagir a este marasmo
Voltar a ver a vida com encanto!
E... Como se eu fosse empurrada
Por um sopro de vida divino
Levanto-me, toda animada
Com vontade de passear, sorrindo!
E já na rua ensolarada
A passos leves, sem pressa...
Vejo que me acompanha
Minha sombra na calçada!
E me distraio com as formas
Alongadas... Tortuosas...
Que minha sombra projeta.
Invadindo casas, carros, jardins
Sem se preocupar com os espaços
Parecendo dona de tudo...
Parecia que eu também, tudo tocava!
Foi então que me dei conta
Da grandeza de todos nós!
Podemos ganhar o mundo
Sem medo, receio, pudor...
Criar nosso próprio espaço
Ser de nossa vida, o senhor!
Santo André, 23.10.07 – 2h36m
(outro desafio, desta vez do nick: meu canto triste)