CHEIRO DE INFÂNCIA
E ao chegar do trabalho
Cansado até mesmo do transito
Sou recebido por minha mãe
Que de sorriso aberto
Sempre me espera... É reconfortante!
Da cozinha vem um aroma
Que me remete à infância
Não resisto e abro a panela
Respirando essa fragrância!
E num instante vejo-me criança
No colo de minha mãe...
Que me mostrava a dança
Dos legumes fervilhando na panela
Contando que eles estavam comemorando
A alegria de nos fazer crescer...
E o quanto era importante os comer!
Olha filho, dizia ela, a alegria da cenoura
Que com sua cor alaranjada
Deixa nossos olhos bem fortes
E enxergarás como uma águia!
Está vendo a cebola e o alho?
Eles continuam branquinhos
Deixam a pele brilhando
E nossos dentes fortinhos...
E ia descrevendo tudo
O que havia na panela!
E pra ninguém reclamar do gosto
Fazia um caldo bem grosso
Com macarrão de letrinhas
Que ia nos fazer inteligente
O melhor aluno na escolinha!
Um leve tapinha nas mãos
Tira-me de meu devaneio...
Mamãe diz: primeiro o banho,
Depois que irá jantar!
Seja um menino educado
Lembre do que eu ensinei!...
Dou-lhe um beijo estalado
Rodo-a num grande abraço
E agradeço pelo meu lindo lar!
Santo André, 23.10.07 – 1h37m
(mais um “desafio” do Tigre Latino, que disse para fazer poesia com legumes na panela...)