MÁSCARAS SOCIAIS
Na real, na real mesmo
Concretamente falando
(ou escrevendo)
Enjaulados estamos presos sociais
Neste confinamento social
Sozinhos estamos em solidões
Ainda assim canto, quero cantar
A canção da Senhora Liberdade
Mesmo desafinado, suspirar o ar
Ainda que seja o ar condicionado
Porque mesmo no peito apaixonado
De um desafinado ainda assim,
também bate um coração
Na real mesmo
Gostaria de respirar lá fora o ar
O verde invadindo meus pulmões
E o sol aquecendo minh’alma
Nas manhãs ensolaradas de setembro
Neste setembro amarelo de alerta
Para me lembrar que viver é preciso
Sozinho no quadrado do meu quarto
Me enquadro na moldura da janela
Por ora, é meu contato com a vida
O mundo em movimento e vejo
Alguns mascarados apavorados
Outros sorriem com os olhos
Mascarados mas com verdades
Cheios de esperanças
Até quando usarei esse modelo?
Não sei, pode ser incomodo
mas a pior máscara é a social
do cotidiano chamado "normal"
que marca e maltrata a epiderme
e o coração da alma da gente
Outros palhaços nas ruas, sem graça
E sem máscaras perambulam
Querendo não sei o que!
Será que cometem suicídio!?