MÁSCARAS SOCIAIS

Na real, na real mesmo

Concretamente falando

(ou escrevendo)

Enjaulados estamos presos sociais

Neste confinamento social

Sozinhos estamos em solidões

Ainda assim canto, quero cantar

A canção da Senhora Liberdade

Mesmo desafinado, suspirar o ar

Ainda que seja o ar condicionado

Porque mesmo no peito apaixonado

De um desafinado ainda assim,

também bate um coração

Na real mesmo

Gostaria de respirar lá fora o ar

O verde invadindo meus pulmões

E o sol aquecendo minh’alma

Nas manhãs ensolaradas de setembro

Neste setembro amarelo de alerta

Para me lembrar que viver é preciso

Sozinho no quadrado do meu quarto

Me enquadro na moldura da janela

Por ora, é meu contato com a vida

O mundo em movimento e vejo

Alguns mascarados apavorados

Outros sorriem com os olhos

Mascarados mas com verdades

Cheios de esperanças

Até quando usarei esse modelo?

Não sei, pode ser incomodo

mas a pior máscara é a social

do cotidiano chamado "normal"

que marca e maltrata a epiderme

e o coração da alma da gente

Outros palhaços nas ruas, sem graça

E sem máscaras perambulam

Querendo não sei o que!

Será que cometem suicídio!?

Jô Pessanha
Enviado por Jô Pessanha em 11/09/2020
Código do texto: T7060699
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