O Poeta — I
Por Nemilson Vieira (*)
O Poeta é um peão, vaqueiro incansável na lida com versos, textos, canções.
Em lugar de laço, chapéu, calças de couro, gibão... Inspiração.
Artesão por excelência, após seu trabalho expõe sua arte…
Como o vaqueiro em lida, enfrenta o perigo no mato das palavras.
Ao expor no papel seus sentimentos, em poesia… Ainda acha sentido na vida, no seguir da sua missão…
O poeta, no seu ofício de versar, é paciente; jardineiro que chora, a flor que murchou. Pensador, implorando ao pensamento...
Semeia poesia pelos campos do lugar… No chão da alma, preciosidades... Remove espinhos fincados, oferta as rosas do galho.
O poeta, assim como o atleta: mantêm a cabeça no jogo, o coração na ponta da chuteira. — Com um pé no chão, outro na bola persegue o gol o tempo inteiro.
Não chuta para fora: seu chute é certeiro.
Poeta, pássaro fora da gaiola: comemora a liberdade e a vida, com cânticos; o dia inteiro, às vezes chora.
A beira do cais, se encanta com o contexto marítimo, litorâneo...
Nas suas palavras emotivas, em caprichosos escritos, expõe melódicas e poéticos, canções de amor…
O seu lado nômade de ser: sem lugar certo de morar, se joga no mundo, se põe a andar… A viver das imagens: da contemplação da terra, céu e mar…
*Nemilson Vieira de Morais
Acadêmico Literário