Fúria
Sai do prumo em
lamentações furiosas.
Invadi sentidos
destruí vidas
escureci o dia
parei o vento
cerquei o tempo
invadi o silêncio
calei o mar
amedrontei Zeus.
Acendi vulcões
blasfemei contra
a criação
fiz pacto com
a sombra
matei a morte
cessei cantos
cortei asas
escureci olhos
derramei veneno.
Cerrei a porta do templo
gritei em tormentos
escutei o vento gemer,
a noite cair.
Derramei água santa
rasguei minha veste
fiquei nua na nave fria
pedi clemência
a Madona cobriu-me
com seu manto.
Tornei-me a porta
do sonho
A concha infinita
e devoradora
plena de morte e vida
incrustada em luz na
...na escuridão