ÉRAMOS EXCESSO

Éramos excesso

Amávamos intensamente

Sentíamos exageradamente

Tudo em nós sempre foi a flor da pele

Éramos um vulcão em erupção

Sempre queimando

Sempre ardendo.

Os nossos olhares transpiravam o que sentíamos

As nossas bocas se deliciavam

A cada gota das nossas palavras.

Sempre fomos imensidão

Universo cheio de paixão.

Desde o primeiro dia

Em que o nosso destino se emaranhou

Tivemos a certeza

De que seríamos combustão.

Mas diante de todo esse prazer

Que nos devorava

Nos esquecemos do quanto

O excesso pode ser devastador

E aos poucos nos perdemos

Viramos cinzas

Morremos.

E novamente o excesso

Se fez companhia

Entre as águas do nosso olhar

Em meio ao toque da saudade

Que lentamente

Sangra o nó no peito.

Nunca soubemos ser menos

Sempre fomos muito

Sempre fomos exagerados.

Hoje, o brilho das estrelas

Em nosso mundo

Se apagou

Mas a lua

A nossa eterna confidente

Ainda conta aos céus

Sobre os excessos de nós dois.

Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 10/09/2020
Reeditado em 07/04/2021
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