ÉRAMOS EXCESSO
Éramos excesso
Amávamos intensamente
Sentíamos exageradamente
Tudo em nós sempre foi a flor da pele
Éramos um vulcão em erupção
Sempre queimando
Sempre ardendo.
Os nossos olhares transpiravam o que sentíamos
As nossas bocas se deliciavam
A cada gota das nossas palavras.
Sempre fomos imensidão
Universo cheio de paixão.
Desde o primeiro dia
Em que o nosso destino se emaranhou
Tivemos a certeza
De que seríamos combustão.
Mas diante de todo esse prazer
Que nos devorava
Nos esquecemos do quanto
O excesso pode ser devastador
E aos poucos nos perdemos
Viramos cinzas
Morremos.
E novamente o excesso
Se fez companhia
Entre as águas do nosso olhar
Em meio ao toque da saudade
Que lentamente
Sangra o nó no peito.
Nunca soubemos ser menos
Sempre fomos muito
Sempre fomos exagerados.
Hoje, o brilho das estrelas
Em nosso mundo
Se apagou
Mas a lua
A nossa eterna confidente
Ainda conta aos céus
Sobre os excessos de nós dois.