Para meu pai

O amor dilata o tempo

O que seria o fim de um ciclo

Chamo para o recomeço

Onde meu pai semeava meus dias de infância

com esperanças de alegria

Vivemos tensões quando ele quis segurar todo o amor plantado em mim

E, com seu exemplo não dito,

Também voei

Fui me libertando das prisões que inventei para prender-me a ele

Hoje só agradeço sua compreensão do melhor que podia me dar

E me perdoo pelo limite das articulações das ciências do corpo

Crio ritmos de devaneios a cada encontro com ele

Ao mesmo tempo calmos na lentidão que conta toda uma vida

E também urgentes para alcançar a precisão do toque da emoção

Em nossa companhia longa, momentaneamente efêmera

Terna e eterna

Kátia Souza
Enviado por Kátia Souza em 08/09/2020
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