Para meu pai
O amor dilata o tempo
O que seria o fim de um ciclo
Chamo para o recomeço
Onde meu pai semeava meus dias de infância
com esperanças de alegria
Vivemos tensões quando ele quis segurar todo o amor plantado em mim
E, com seu exemplo não dito,
Também voei
Fui me libertando das prisões que inventei para prender-me a ele
Hoje só agradeço sua compreensão do melhor que podia me dar
E me perdoo pelo limite das articulações das ciências do corpo
Crio ritmos de devaneios a cada encontro com ele
Ao mesmo tempo calmos na lentidão que conta toda uma vida
E também urgentes para alcançar a precisão do toque da emoção
Em nossa companhia longa, momentaneamente efêmera
Terna e eterna